quinta-feira, abril 22, 2004

Multiópticas

A estrada real (1) conducente à solução de um problema encontra-se muitas vezes na "formulação do problema". Mesmo problemas muito difíceis, se encarados pelo ângulo certo, mostram um caminho simples que conduz à solução.
Quase sempre se consegue ver essa simplicidade por analogia com fenómenos bem conhecidos.
Ora vejam: anda todo o mundo e arredores a tentar esforçadamente encontrar solução para 'o problema do Iraque' - chamemos-lhe assim metonimicamente - e todos esbarram na sua górdia complexidade. Usemos então o método da analogia. Neste caso comparemos o mundo com um organismo e o problema com uma doença. Como se resolve uma doença?
Há dezenas, centenas de maneiras de atacar uma doença; tudo depende da natureza do mal.
Assim se o problema é uma infecção, tomaremos antibióticos, alimentar-nos-emos bem e descansaremos;
Se temos uma dor de origem indeterminada podemos tentar a acunpunctura;
Se nos doi estupidamente a ponta de um dedo, iremos a um homeopata; e assim por diante, etc, etc.
Ao meu sogro foi-lhe diagnosticado um tumor no cólon. Vão cortar-lho.
Ninguém será tão burro que tente curar um tumor com pastilhas e muito menos com sessões de psiquiatria, apesar das pastilhas resolverem muitas maleitas e a 'cura pela fala' solucionar outras tantas. Não senhor. Um tumor, corta-se. Pode ficar-se mal depois da ablação, pode até morrer-se durante o complicado processo mas corta-se. Tem de se cortar.
Já todos perceberam. I rest my case.

adendas:
Nó Górdio
Ovo de Colombo

G, o grande

(1): E quando o Rei estupidamente o questionou sobre uma maneira mais simples de compreender o método, Euclides respondeu "não existe uma estrada real conducente à Geometria."

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