domingo, outubro 26, 2003

Dolce far niente

Quando for grande quero ser "Assessor de Ética". G, o Ético

Não é gralha

A colecção de legendagens eloquentes mostra-se, a cada dia que passa, mais interessante e inesgotável. A última jóia: "penincelina"[SIC; 22/10/2003; "Grande Reportagem"; Tradução de G. T. - Moviola].
"penicilina" é uma palavra vulgar. Quem consegue dar dois erros numa palavra vulgar? Os nossos tradutores! (Fiz um estudo minucioso e concluí ser impossível tratar-se de gralha. Quer dizer: está escrito o que se quis escrever.)
Eu comecei por pôr o nome da atleta mas nem vale a pena: são todos iguais.
"penincelina".Pelo sotaque, deve ser da Régua, por ali...
Giro.
Vou guardar na prateleira de cima. Junto com "abecinto".
Arre!

G, o coleccionador

sábado, outubro 04, 2003

Incompetência

Com as manobras da Maria Elisa, resurgiu o assunto, sempre na moda, 'tacho'.
Ao contrário do que possa parecer, não é um bom tacho. Os tachos bons são os tachos miméticos (aqueles que o Manuel Silva nem consegue vislumbrar, mesmo nos momentos de inspiração) e Deus sabe que Portugal está cheio deles. É como o fundo do mar de coral cheio de insuspeitados inquilinos que só se mostram no ataque voraz às suas vítimas. O tacho da Maria Elisa é um tacho desenvergonhado. Não é um bom tacho. Enriquece mas também envergonha quem dele usufrui.
Igualmente e escusado seria referir que a cunha do ministro da educação, não foi uma boa cunha. Foi mesmo uma péssima cunha. O homem nem parece português. Ter mostrado não ter as qualidades e características básicas de um português 'médio' - ser competente em cunhas é uma delas - faz dele um mau representante do povo, e portanto não deve ser ministro.


G, o invejoso

Deus me perdoe

Sabem o que vinha mesmo a calhar?: um fogo em casa de um dos bombeiros de Lamego. Hoje. Grande. E amanhã, outro.

G, o justiçeiro

sexta-feira, outubro 03, 2003

Analfabetos atacam Doutores

Um dos sites fundamentais de Portugal é o Ciberdúvidas da Língua Portuguesa. Desde que uso computadores que tenho este sítio na minha lista de favoritos. A descrição é: "Ter dúvidas é saber. Não hesite em nos enviar as suas perguntas.
Os nossos especialistas e consultores responder-lhe-ão o mais depressa possível."
E confessam que apontam para 48 horas como sendo o tempo máximo de resposta.
Hoje, enquanto andava por lá a bisbilhotar, conheci a palavra "desinências". Em breve, penso vir a conhecer o seu significado.
Descobri também que os mestres são deveras incomodados - tal como eu o sou - pelas traduções enigmáticas; Eles são mais profundos e chamam-lhes "analfabetas". Eis então uma bela discussão, mesmo ao meu jeito de colecionador de legendagens enigmáticas, a rondar o insulto e tudo, que podem ver aqui.
Se as cigarreiras têm futuro, o mesmo não se pode dizer dos prontuários: sitíos destes tornam-os obsoletos. É que as respostas, se bem que às vezes bastante enigmáticas, outras vezes levemente engraçadas, são sempre personalizadas. E ex cathedra. Nível, se bem me entendem. Mas com as traduções quase que estalava o verniz...! Só quem não sabe é que não entende. Ai, as traduções!
Não resisto a mostrar aqui uma frase que uma tradutora proclama: "...Que atire a primeira pedra aquele que se julga infalível a nível profissional."
...
Paula Centeno

Esta afirmação de fraqueza parece contrariar seriamente a minha teoria de conspiração! Mas recordem os exemplos que dei. Quando estamos no nível zero, não se trata de infalibilidade.
Aceito de mau grado que seja essa a justificação para quatro tradutores e mais um revisor científico tenham traduzido "The Rock of Ages" por "a rocha das idades". Apesar de não fazer sentido algum e apesar das maiúsculas e apesar do autor ser o meu herói intelectual, Stephen Jay Gould, e apesar de ser primário (além de evidente no contexto -ver "A Vida é bela", da Gradiva) saber que se estava a falar de Jesus Cristo. Não aceito "abecinto"; "eu faço uns pratos"...
Não sabem nem querem saber nada.
Não merecem qualquer perdão. Merecem sim que lhes devolvamos a consideração nula que têm por nós e pelos autores.

G, o Homo sapiens sapiens

quinta-feira, outubro 02, 2003

Provérbios

Gosto muito de inventar provérbios. O meu preferido é:
"Fins de Março, princípios de Abril."

G, o sábio

Genialidade financeira

Estou muito triste. Ao ver ontem um SG ventil com a lúgubre propaganda que agora os maços de cigarros trazem, disse para mim mesmo: "Há que investir em fábricas de cigarreiras...!" E já me via a contar os €uros da negociata do ano.
Estava contente por ter tão lúcida visão financeira e um futuro tão promissor. Pobre de mim: até os jornalistas da TVI se lembraram disso.
De qualquer maneira há que recordar um novo provérbio de minha autoria: "Vale mais uma coisa mal feita do que mil bem pensadas". Quero dizer que o negócio será de quem o fizer, não de quem o pensar...

G, o génio financeiro

quarta-feira, outubro 01, 2003

Ódio de estimação

O P.R. disse que não é em Agosto que se deve falar de combate a incêndios mas sim em Janeiro. Tudo bem. Eu digo: não é em Agosto que o P.R. deve alertar que não é em Agosto que se deve falar de combate a incêndios mas sim em Janeiro, é em Janeiro que o P.R. (e os outros irresponsáveis) devem falar que não é em Agosto...

G, o abstencionista

Comboio X Escavadora

A minha colecção de coisas extraordinárias merece mais uma nota.
Em 16/09/2003 morreu um homem no Entroncamento em mais um vulgar acidente ferroviário. Bem, não tão vulgar assim: desta vez foi com uma máquina escavadora. Com isto acho que fechamos a lista de "comboio contra..." Faltará "comboio contra mota-de-água"?
Acidentes de comboio são vulgares, comuns, constantes. E isso faz deles extraordinários.

G,o incrédulo

Uma seca

Dizia na tv um senhor subtitulado "astrónomo amador", falando acerca de Marte: "..é de longe o objecto mais brilhante do céu; não há que enganar!"
Fui ver.
Procurei, para começar, o objecto mais brilhante do céu. Não foi de facto difícil. Entusiasmado dediquei-me então à observação. Tirando que para "vermelho" me pareceu muito pálido, tudo bem. Era bonito e sobretudo de longe o objecto mais brilhante do céu.
Só no dia seguinte vim a saber a traumatizante verdade: tinha estado consolado a observar uma bela lua cheia.

G, o caixa-de-óculos

Um leve odor a melão

Ao entrar em Bragança, há dias, recordei um conto de Sheppard. Fala das sensações que teve ao chegar ao Texas, três foram elas:
-Um calor do ...
-vestiam todos mal
-cheirava a merda por todo o lado (das vacas)
Tirando a primeira, onde é necessário trocar "calor por "frio", tal e qual. Sobretudo o cheirete a merda.
Irra!

G,o Fedorado

Legendagens enigmáticas

RTP2,"Casei com uma feitiçeira",Sexta,12 de Setembro,2003:
"nothing is further from my thoughts" que significa "nada mais longe dos meus pensamentos" ou, numa tradução mais livre, "isso nem me passa pela cabeça", foi bafejado com a profissional tradução: "não me sai da cabeça".

No dvd "os três porquinhos", "bússola" foi evidentemente traduzida por "compasso", que é muito mais parecido com o original e cumpre a regra nº 1: deixar a frase sem sentido.

"Xui"
Apenas mais um dos espécimens da minha colecção... Esta está na mesma gaveta de "Abecinto". ("Xui", no filme da SIC de Qui,11/09/2003. "A hora dos heróis". Pretende significar "polícia")
...
Mas quem diabo será esta gente?
Que conspiração se esconde por trás desde fenómeno?

G, o paranóico

O caso Papa

Alguém notifique o Vaticano que o Papa está velho e doente. Preparemo-nos também para os notificar quando o Papa morrer: tudo indica que essa notificação vai ser necessária.
(Para quem não saiba, o Papa é teimoso como uma mula e não há quem o consiga convencer que está velho. A figura triste que anda a fazer é inteira e exclusivamente da sua própria responsabilidade).

G, o apostólico

Top Secret

Olivença vem incluída na lista da CIA de "disputas internacionais", junto com Chachemira e Gaza, por exemplo. Os espanhóis sorriem condescendentes do exagero enquanto mostram, nos telediários, a pacata terra. Mais uma vez os americanos mostram-se abruptos mas têm uma boa desculpa, uma desculpa cultural: Eles apenas não entendem como um país consegue perder uma cidade inteira e nunca mais se interessar por ela. Não quero pensar sobre isso. Já não é do meu tempo, como diria o outro! Mas eu também não consigo entender.
(Olivença caiu sob o domínio espanhol em 1801. Nos 600 anos anteriores, 600 anos!, era portuguesa.)

G, o conquistador